segunda-feira, 1 de março de 2010

sobre as mortes

morremos algumas vezes por dia. eu acho que morri mais nos últimos. mas não faço parte da maioria que liga a morte a sentimentos ruins, a sensações desesperadoras. se morro, renasço. se permaneço vivo, sobrevivo aos traumas e eles sobrevivem em mim. prefiro-me morrendo, quantas vezes necessárias.

sobrevivi aos inimigos próximos, aos inimigos particulares que dormem em casa. sobrevivi às palavras de dor, às de falso perdão. sobrevivi às músicas ensurdecedoramente tristes, às alegre em meio a lágrimas. sobrevivi à minha vida, e às várias tentativas de suicídio.

sobrevivia pelo medo da morte. que é mais bela quando se morre ao acaso, como morri.

e renasci, assim, súbito, naquele olhar de parto que você me fixou até me ver nascer sorrindo.

novamente.