eu me recolho na televisão. deito. esperando que as imagens façam algum sentido. que me transportem. as imagens sem sentido da televisão. e elas correm me percorrem.
eu queria que as imagens da televisão me fizessem dormir. mas preciso da sua imagem. pura, sorrindo. bobagem.
eu me cobri. mandei estender lençol e tudo. tenho que acordar cedo amanhã. a colcha tá limpa, o telefone está programado pra tocar, mas a tv grita. desligo.
amanhã é amanhã, e o que resta é amor. eu amo. puro assim. eu amo porque é o que resta. ou porque é o que resto do que vale. sou assim, ingênuo ao achar que por amar o dia vai nascer.
recolho. é vontade.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
avenida copacabana, apto 709
1 homem se jogou do prédio da minha namorada. eu saí do prédio da minha mãe para ir para o meu e vi 1 homem reduzido a 1 saco preto no chão. os carros desviavam, pela outra pista da nossa senhora de copacabana. o homem morto era protegido por cones e 1 plástico preto. ninguém além 4 guardas. foi por volta das 22.
eu fiquei pensando, coisa que tenho feito muito pouco nos últimos tempos. o maluco se suicidou. ora, abriu mão da própria vida. é um ato mais de coragem que de covardia. mas ele tava sozinho. ninguém apareceu. o porteiro saiu, disse que ele morava do 709. era tudo que se sabia dele. o homem que se jogou do prédio da minha namorada morava no 709.
eu subi, acendi um cigarro. troquei 1/2 dúzia de palavras no facebook com 2 amigos. conversei com a minha namorada que está em barcelona. avisei que 1 maluco havia se jogado do prédio dela. que ele morava no 709. mas ela não ligou o número à pessoa. ninguém ligou, além do porteiro.
são 2 da manhã, os cones e o corpo já foram embora. a avenida nossa senhora de copacabana já tem trânsito normal, deve ter avisado a cet-rio, por volta das 11. e eu ainda estou aqui refletindo se ele se matou depois que descobriu que era um número.
eu fiquei pensando, coisa que tenho feito muito pouco nos últimos tempos. o maluco se suicidou. ora, abriu mão da própria vida. é um ato mais de coragem que de covardia. mas ele tava sozinho. ninguém apareceu. o porteiro saiu, disse que ele morava do 709. era tudo que se sabia dele. o homem que se jogou do prédio da minha namorada morava no 709.
eu subi, acendi um cigarro. troquei 1/2 dúzia de palavras no facebook com 2 amigos. conversei com a minha namorada que está em barcelona. avisei que 1 maluco havia se jogado do prédio dela. que ele morava no 709. mas ela não ligou o número à pessoa. ninguém ligou, além do porteiro.
são 2 da manhã, os cones e o corpo já foram embora. a avenida nossa senhora de copacabana já tem trânsito normal, deve ter avisado a cet-rio, por volta das 11. e eu ainda estou aqui refletindo se ele se matou depois que descobriu que era um número.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
namorada
ela é a minha vontade. ali, crua. quando bate à porta do meu apartamento com a cara apressada. falante, debochada, ela entra sem usar sua chave. pede por favor para eu pedir que fique. eu peço, faz o favor. e até quando ela vai embora, permanece.
ela veste a personagem. implica com o jogo, o álcool e o cigarro. conhece os amigos, diverte as conversas. ela gosta de artes, batatas fritas e de carinho nos braços.
acorda ao lado, mais cedo, quer ir à praia e vai. depois telefona e volta. saímos e dormimos. amanhã se der sol ela volta à praia. eu torço pela chuva, quero ver filme.
ela é bonita e acredita em outras vidas. para que outra? estou satisfeito com a minha. se eu rabiscasse isso há um ano, pareceria reza. um pedido aos céus. era tudo que eu queria. às vezes não dou conta de quanto estou feliz.
e eu escolhi viver a única vida que eu tenho para abrir a porta. todos os dias. para ela.
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