quinta-feira, 8 de abril de 2010

sobre a minha parte nisso tudo

é que hoje, envolto nesse caos em que minha cidade se encontra, eu precisava escrever sobre as pequenas coisas que restam. aquilo que enxergo quando cruzo a porta do meu mínimo apartamento, e que penso ao deitar sobre a minha cama. isto aqui é um rabisco qualquer de frustração, ao ver como todos somos abaixo do medíocre. em sonhos e gestos.

é sobre a minha incapacidade de enfrentamento. sobre o prazer que tenho em não esvaziar a lixeira, mesmo passando por ela mais de dez vezes ao dia. e isso não é particular. é uma fuga geral, de presente e passado.

a minha contribuição para tudo isso é essa de não tirar os cigarros do cinzeiro, ou acumular louças para lavar. dentro desse meu mundo de trinta metros quadrados, não há enchente, nem deslizamento de terra, mas há uma vida sendo tratada com muito pouca responsabilidade.

e assim eu vou administrando aquilo que está ao meu alcance. fugindo. o tempo todo.