segunda-feira, 26 de julho de 2010

novas palavras

traçar a vida para daqui a anos, meses ou dias. faço isso só pelo prazer de me surpreender, pelo sabor do inimaginado, para colocar no porta-retratos a fotografia com o maior número de novidades possível. estive pensando nesses últimos dias sobre os planos e os anti-planos, sobre a dificuldade que tenho em sentir-me confortável no lugar onde estou.

fato é que minha vida mudou - para melhor. não sei se de cinco meses para cá, de um ano e meio ou de três. eu sei que passei por transformações significativas que me distanciaram de alguns, no mesmo ritmo que me aproximaram de outros. tenho descoberto gente para juntar à minha história, quase carente de personagens.

perdi interesse em bobagens que me mantinham de pé. troquei de músicas preferidas, de bares e comidas, de cigarro. mudei de casa, de computador, de emprego. troquei de assunto, de armário, de namorada. eu fui sofrendo a metamorfose gradual de alguém que cresce para ser maior.

e nada disso foi pautado, programado ou desenhado. acontece. e ainda bem que move. ainda bem que nos movemos para construir, diariamente, o próximo dia. e que, quando o próximo dia chega, estamos mais aptos para construir o próximo.

precisava desta conversa, deste fim de semana, destes novos amigos. das últimas músicas, livros e paixões. porque só assim eu sigo em paz com que fiz e deixei de fazer.

estou pleno e voltarei a escrever. precisava também deste texto para escrever o próximo.