meus dias têm passado tão lentamente que me parece muito distante o dia em que te dei aquele primeiro presente. e ele hoje parece tão velho. o rosa desbotou. as costuras cederam. nós cedemos. largamos os abraços, os beijos, o sexo. cedemos às vontades que não eram nossas. paramos para pensar quando não era necessário. deixamos que as músicas se fossem, que os discos arranhassem, que as piadas perdessem a graça, que nós perdêssemos um ao outro. desejamos ser nossos sonhos que eram apenas sonhos. distantes. sozinhos.
mas as fotografias ficam, e aquele abraço eu nunca vou esquecer. porque ele ainda existe. desfocado, não nítido. mas feliz.