terça-feira, 22 de dezembro de 2009

num lugar qualquer

vozes inaudíveis. ele caminhava em qualquer direção. não sabia ao certo por onde ir e pedia informações. os passantes passavam rapidamente. sinal vermelho. para. verde. anda. pra onde? pra frente. mais informações. parada pra tomar um café. outro. fumar cigarro de luvas é extremamente incômodo, mas é o jeito, não quer ver seus dedos roxos novamente. dois quarterões, três, quatro. informações. é por aqui? é, só seguir.

ele enxerga o portão, bate algumas palmas, grita. ninguém. será que é aqui mesmo? pergunta. campainha. ele vê seus olhos na janela, ela entra. espera. um dia, quatro cafés, dois graus. ele grita e perde a voz. ela já não era mais importante mesmo. ele deita, dorme, acorda com ela à sua frente. nua. no frio.

- que houve?
- nada.
- fala.
- nada.
- anda, fala logo.
- saudades.
- de que?
- de mim.
- como de você?
- é, de mim, desculpas, mas tive que aparecer, já estou indo.
- não quer entrar pra tomar um café?
- não é por você, mas não aguento mais café. até!