com os joelhos arranhados pelo carpete manchado, ela chorava. não pela dor causada no ato sexual. mas pelo medo de que fosse a última vez. que dali pra frente seu joelho nunca mais visse o carpete tão próximo. ela tomava o ônibus de sempre, depois do banho, e, por horas, olhava a paisagem pensando se havia outra forma para viver.
a submissão tornou-se insuportável. ela pegou o mesmo ônibus e não voltou. ele também não ligou para saber. trocou o carpete que considerava velho, perdeu seu tempo de vista e seguiu.
dizem que os joelhos da moça ainda ardem às vezes, mas que ela nunca mais usou as roupas manchadas de sêmem. quanto a ele, continua no mesmo lugar, à espera de que um dia ela bata na porta novamente.