terça-feira, 19 de outubro de 2010

em dia

os dias começam sem fim previsto. cada palavra sobressalta e vai à boca antes de passar pelo cérebro. é o erro crônico, diário e fatal. é o que tira o dia da linha, atravessando o sono e o dia seguinte, e depois mais outro. quando as luzes do meu mini-apartamento se apagam, eu relembro os passos que me levaram ao pensamento pré-sono. e vou tentando refazê-los de modo que pare de pensar e durma.

é como se eu travestisse meu dia para dormir em paz. nessa hora, eu imagino o seguinte e tudo que terei que fazer e falar para que eu não volte a passar por isso. mas é inútil, porque querendo ou não, não consigo ser aquilo que lhe agrada.

pouco me importam as eleições presidenciais que se aproximam, ou a formatura que virá em breve. antes de tudo, me alieno de mim mesmo, o tempo todo.

tudo em mim desinteressa e agride. e eu só queria deitar e lembrar do dia, sem pensar no amanhã.