terça-feira, 11 de janeiro de 2011

namorada

ela é a minha vontade. ali, crua. quando bate à porta do meu apartamento com a cara apressada. falante, debochada, ela entra sem usar sua chave. pede por favor para eu pedir que fique. eu peço, faz o favor. e até quando ela vai embora, permanece.

ela veste a personagem. implica com o jogo, o álcool e o cigarro. conhece os amigos, diverte as conversas. ela gosta de artes, batatas fritas e de carinho nos braços.

acorda ao lado, mais cedo, quer ir à praia e vai. depois telefona e volta. saímos e dormimos. amanhã se der sol ela volta à praia. eu torço pela chuva, quero ver filme.

ela é bonita e acredita em outras vidas. para que outra? estou satisfeito com a minha. se eu rabiscasse isso há um ano, pareceria reza. um pedido aos céus. era tudo que eu queria. às vezes não dou conta de quanto estou feliz.

e eu escolhi viver a única vida que eu tenho para abrir a porta. todos os dias. para ela.