terça-feira, 5 de maio de 2009

o início

ele sempre achou a coca light mais charmosa, o prateado lhe chamava mais atenção que o preto da zero. não interessava o sabor das duas, a melhor sempre foi a comum engarrafada. talvez o vidro tenha alguma influência, ou os conservantes fossem diferentes. mas dane-se, o charme da light lhe causava calafrios. perguntava-se todos os dias por que ela sumira, já que nos estados unidos ela ainda é encontrada por todos os lados. um dia viu no ponto de ônibus a moça de cabelos curtos cor de scotch oito anos, ela fumava marlboro light e tinha em mãos a lata prateada. onde ela conseguira aquilo? que ônibus esperava? passou um qualquer que ia pro leblon, só podia ser leblon mesmo. de salto alto ela subiu, e desapareceu na direção de ipanema. a moça morava ali por copa? tinha ido resolver algum problema e estava voltando pra casa? queria ser o trocador pra saber exatamente onde desceria a coca light. decidiu pegar o próximo ônibus pro leblon, arrependeu-se de não ter ido no mesmo. ela estaria na travessa, certamente estaria na travessa, lendo qualquer coisa marginal, com outra lata prateada em cima da mesa.