o homem não consegue se entender com suas vontades e necessidades. a geléia vem antes do pão. a sobremesa, antes do prato principal. é sempre melhor pensar no depois. mesmo quando o agora se escancara e grita que sem ele não há mais tarde.
talvez certos estejam eles, que nunca pensaram à frente, nem cultuaram o passado, sempre estiverem exatamente onde estavam. parados. ali, onde tudo acontecia e antecedia o dia seguinte igual. sem sombras nem planos.
eu achava que éramos todos assim. mas foi só coincidência. os momentos deles, simplesmente, rimavam com minhas aspirações, e hoje contrastam até mesmo com o que de meu já ficou. de qualquer forma, continua sendo poesia sem rima, polifonia desconexa e bonita.
somos vetores que seguem sentidos diferentes. porque se ser pra frente é ficar parado, prefiro continuar sorrindo lá atrás, naquele lugar onde tudo acontecia em uníssono.