domingo, 14 de junho de 2009

acabou. o tempo engole o que era mais farto, no tempo. as decisões precisam do imediato. e ele já foi embora com o tempo.

os saudosistas não entendem, mas o tempo foi e vai sempre. dois mil e cinco foi, e mesmo que queiramos sentí-lo em cada vão segundo, ele não vai reaparecer. ele foi vivivo lá mesmo, naquele tempo em que tudo era natural e impaciente. onde aqueles jovens sem preocupações brincavam de ser jovens despreocupados. levavam a brincadeira a sério. discutiam regras e brigavam para seguí-las.

o amor foi descoberto entre uma dose e outra; o gosto amargo do uísque lembrava que tudo era só brincadeira, que não eram tudo aquilo que queriam. era tudo piada bem dita, palavras escolhidas sem rigor. sem culpa, sem medo, sem antes nem depois.

porque o que havia ali ultrapassava o uísque, o dois mil, o cinco, as palavras e o rigor. era a descoberta daquilo que vem a ser chamado de amizade. era amar e ser amado, sem amante sendo amigo.



mas o tempo continua aqui, engolindo tudo. fazendo virar texto o que um dia foi a vida.