quinta-feira, 4 de junho de 2009

epitáfio dos vinte

"ele foi um apaixonado. dava a cada minuto cores e texturas próprias. sempre quis estar rodeado de amigos, precisava disso para viver. ainda que esses não fossem aquilo que lhe fazia melhor. só o amor lhe faria melhor. mas ele uma vez disse que não amava as pessoas, que ninguém amava as pessoas, que ele amava os momentos, os detalhes dos momentos e desde o primeiro amor, ele buscava o amor novamente, o momento novamente.

ele foi sincero. discutia consigo mesmo buscando a sinceridade dos gestos e das mentiras. contradizia-se por julgar mais sincera a contradição. a mudança e o atrito sempre tinham a verdade como cenário. alternava o amor e o ódio para fugir do rancor. porque uma vez disse que o rancor é um sentimento falso. e que se é falso não é sentimento. e ele fugia do que não era sentimento.

ele foi um erro. um grande erro que sempre carregou acertos. mas uma vez ele disse que era melhor tentar o acerto o tempo todo transformando-se em um grande erro, que omitir-se da paixão e da sinceridade.

ele era paixão sincera. errada."