quarta-feira, 8 de julho de 2009

carta extraviada

"assim que você puder fala só comigo. deixa as preocupações em casa e me dirige as atenções com exclusividade. guarda a mochila lá do lado de dentro e vem me ver sem culpa. avisa à sua mãe que vai chegar mais tarde, bem mais tarde que o mais tarde que ela está acostumada. diz ao seu pai que está indo morar comigo numa casinha no humaitá. eu já resolvi o que tinha para resolver, sei que às vezes te confundo com essa indecisão que transborda nas minhas palavras. mas isso agora passou. quero que esqueça nossa trilha sonora para que possamos construir outra sem lembrar daqueles maus momentos. pode comprar novos lençóis para marcarmos em lugares diferentes. agora eu sou sua mulher mesmo que você não queira mais. pode ser que seja tarde demais para para pegarmos o último trem, mas me sinto disposta para esperar o primeiro de amanhã. espero que receba bem essas letras que há tanto gostariam de preencher sua vida, é que de mim só transborda o que que há de pior, o melhor eu guardei para usarmos juntos no humaitá.

beijos com a saliva mais arrependida que já beijou a sua boca!"