quinta-feira, 30 de julho de 2009

eu queria me livrar dessa obrigação de ser a todo instante. queria ficar invisível por dias e conseguir caminhar em copacabana sem a pressão de ter um depois. desligar o telefone, o computador e viver os momentos com as pessoas que eu encontrar pelo caminho. queria todas as pessoas, assim como eu, despreocupadas com a morte, única certeza, despreocupadas com o amanhã, única dúvida, despreocupadas até com o outro, única dor. queria acordar de um sono leve, lembrar do sonho e sorrir durante o dia, sair de carro, ir ao cinema, comer fora, amar e sofrer.

queria você aqui corando minha pele pálida, meus olhos fundos, permeando com seu corpo cada centímetro de corpo meu, cada minuto da minha vida vã. queria ser você comigo, escolhido sabe-se lá por que motivo. queria o amor nas entrelinhas, nos espaços mais ínfimos dos nossos dias. queria amar ao me vestir, ao fazer a barba. queria isso tudo.

e eu sei que apesar de tudo, é pouco.