domingo, 13 de setembro de 2009

eu vi uma coisa estranha. nem sei se vi, ouvi, toquei. sei que senti, senti uma coisa estranha.

era o contrário de um deja vu. eu vivia as coisas depois que elas deviam - mereciam - acontecer. e eu vivia mesmo. eu me belisquei. eu fechei e abri os olhos. eu vivia. depois. agora. depois. agora depois. e tudo acontecia tarde demais. os diálogos eram magníficos pois tinham fim antes do começo, nunca havia vivido algo parecido. já estava em casa e continuava voltando. como esconder o futuro de alguém que já o vive?

frase de efeito. volta à realidade. ao tempo dos homens.

pânico. eu vivo agora o presente no presente. logo eu que adorava aquela dança sobre a linha. eu que tinha certeza do que ia acontecer sempre, vejo-me agora dando um passo antes do próximo, e do outro, e caminho. só e mal acompanhado.