sábado, 19 de setembro de 2009

voltando #2

ela vive mais rápido que o amigo de olhos azuis. não entendo como atingiu esse nível, mas eu sei que atingiu. e, enquanto isso, eu, devagar, quase parado, quero o intervalo, a vírgula, o ponto. final. no alto da embriaguez factual, ela mente coisas rápidas, frases juntas, mente para si mesma tão rápido que seu cérebro não consegue detectar a mentira. e eu, sempre lento. sentindo cada mentira corroer meus dias e minhas noites, bem devagar, numa lentidão que beira a tortura.

será que ela não pensa em morrer? ou pensa demais? o tempo é efêmero para ela por que? e por que o meu é tão depois?

lentamente me encaminho para a morte, enquanto ela corre assustadoramente para a vida. sozinha.