domingo, 8 de novembro de 2009

pontuando

a vida me dificulta a escrever nesse momento. os papéis de literatura ausente atormentam minhas noites e meus dias. a caixa de correio lotada de contas e fracassos. virtuais e reais. ainda busco uma justificativa poética para a ausência de sucesso no amor. talvez sejam esses pontos que eu cismo colocar no lugar das vírgulas - metáfora.

eu adoro os pontos. as marcações de tempo que eles causam. mas acho que os banalizei. em um linha distribuo três. quatro. cinco. e assim me perco. não sei quanto duram meus períodos, meus ciclos, minha paciência. a dificuldade de me livrar dos pontos é talvez o resumo da minha vida. recortada. com tantas pausas, hiatos e voltas eu engasgo, entendo sozinho aquilo que escrevo, porque os pontos são meus e só eu sei o quanto é difícil retirá-los daqui ou dali.

minha vontade é simplificar, não abrir as caixas de correio, não preencher formulários que me buscam formular, não me submeter a amar, nem inventar programas para os próximos anos, não frustrar a mim e aos outros, não assistir a documentários, nem colocar pontos assassinos de períodos. morreu.

porque eu, meu pontos e minhas contas morremos e nascemos três, quatro, cinco vezes por linha.