segunda-feira, 2 de novembro de 2009

do meu lado

comigo sempre foi assim,
o telefone toca e a vida muda.

de lado,
e de lado vou enfrentando as ligações,
os telefonemas
e o corte das linhas.

meus amigos sabem disso,
riem da minha cara,
de frente,
enquanto sorrio,
de lado,
enquanto choro,
de costas.

meus amores sabem,
que eu amo de lado,
ao lado,
distante.

os outros que eu pensava amigos mentem,
de cara, em volume baixo,
de costas,
para os meus amores,
que amavam de frente, de lado e de costas.

agora eu brinco nas palavras
fingindo não saber de que lado estou,
eu minto querer desvendar meus mistérios,
minhas soluções,
e venho pela poesia dizer aquilo
que não consigo explicar no bar.

enfeito,
recorto,
fantasio os defeitos,
a mostrar que me importo
com a rima da estrofe,
com os dados do agora,
com os lados,

de dentro e de fora.